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Arlindo Chico e sua vida dedicada ao radioamadorismo e a eletrônica

  • 30 de nov. de 2015
  • 4 min de leitura

Quem conhece Arlindo Chico sabe que ele passou grande parte de seu tempo à frente de uma velha bancada de radiotécnico, onde lida com fios, cabos, botões, transistores e até as velhas válvulas, sinônimo de saudade de um tempo em que ele começou a trabalhar nessa área.


Até seus momentos de lazer ele sempre desfrutou à frente de um rádio.



O radioamadorismo como uma paixão de sua vida, que já dura 60 anos, ou seja, desde 1953, quando ele submeteu-se às provas convencionais e se tornou radioamador, praticamente o primeiro da cidade. Experiente no setor, ele mesmo montava seus aparelhos, e até hoje já falou com pessoas de pelo menos 200 países. Tem arquivados os QSO (cartões que confirmam os contatos) enviados pelos radioamadores com os quais conversou.


Arlindo tem o prefixo PY2BQP, e lembra que o seu parceiro mais constante, de muitos anos, foi o médico dr. Benedicto Portella, também um praticante do radioamadorismo, atividade que apesar de ser também uma distração, oferece ajuda a muitas pessoas espalhadas pelo planeta. “Quando o telefone emperra, a internet não funciona, é o radioamador que aparece como solução”, diz Arlindo Chico.


Nascido em São Manuel no dia 18 de julho de 1934, filho de Gersomina Fabricci e Luiz Chico. Ele é casado com a professora aposentada Edna Furgeri Chico, e o casal tem dois filhos: Maria Cecília Furgeri Chico Clerice e Edson Luiz Furgeri Chico. E dois netos: os jovens Haline Maria e Ivan Luiz.

Arlindo estudou no antigo Grupo Escolar “Dr. Augusto Reis” e na Escola Normal e Colégio Estadual “Dr. Manuel José Chaves”. Seus avós eram proprietários de uma chácara que ficava exatamente onde estão hoje o São Manuel Tênis Clube e o antigo prédio que foi sede da Rádio Clube de São Manuel, na esquina das Ruas Moraes Gordo e Cel. Rodrigues Simões, exatamente onde a emissora iniciou suas atividades, no ano de 1939.


Ele começou a trabalhar muito jovem, primeiro com um tio, que fabricava rádios galena (aparelho rudimentar de rádio, em que se empregava o cristal de galena) para vender, numa época em que os rádios eram muito caros, e o pequeno galena era uma opção mais barata. Trabalhou na Casa Guarani, de Juju Martorelli, na Charutaria São Manuel, de Chiquinho Charuteiro, e na Coletoria Federal de São Manuel. “Neste emprego eu trabalhava quatro horas por dia, e me sobrava bastante tempo para lidar com rádios e outros aparelhos elétricos. Foi quanto fiz o curso de radiotécnico no Instituto Rádio Reis, por correspondência. Isso foi em 1946”, menciona Arlindo.


Posteriormente, por volta de 1947, ele passou a trabalhar como radiotécnico na Exposição Árias, que vendia e consertava aparelhos de rádio. Chiquinho Árias era o proprietário, e ele exercia também o cargo de técnico dos transmissores da Rádio Clube de São Manuel, que tinha a aparelhagem junto ao próprio prédio onde a rádio estava instalada. Arlindo, que manejava aparelhos elétricos, começou a realizar trabalhos também na Rádio Clube, até a saída de Chiquinho Árias, que enveredou pelo comércio de veículos, na antiga Abirarema. Arlindo acabou ficando como titular daquelas funções.


Ele chegou também a trabalhar na A Fosforescente, empresa de Wenceslau da Silva, o Lalau, que vendia rádios, vitrolas e até os antigos discos de 78 rotações. Lá Arlindo dava aulas de eletrônica e eletricidade para os demais funcionários da firma. No ano de 1956 deixou o emprego e montou uma indústria de fabricação de rádios, não apenas os convencionais mas também radiocomunicadores, muito usados num tempo em que o telefone era privilágio de poucos. “Aqueles aparelhos nós fabricávamos aqui em São Manuel e os vendíamos para vários estados do Brasil”, lembra Arlindo. Em 1965 ele teve que encerrar as atividades da indústria por causa da entrada de aparelhos vindos do estrangeiro, muito mais baratos, o que tornou impossível competir no mercado.


Um dos episódios importantes da vida de Arlindo Chico foi a instalação da Torre de Retransmissão de Televisão aqui em São Manuel, em 1962. Ele foi um dos fundadores da SCAT-Sociedade Civil Amigos da Televisão, que durante muitos anos cuidou da torre e dos aparelhos retransmissores aqui da cidade.



Arlindo Chico é o mais antigo comerciante nesse ramo de atividade de São Manuel e também o mais antigo radioamador da cidade. Durante muitos anos ele foi o técnico responsável pela aparelhagem da Rádio Clube de São Manuel, desde a PRI-6. Por isso qualificamos sua participação nos meios de comunicação como feita nos bastidores, sempre com muito zelo e competência. Recentemente ele e seus companheiros radioamadores fizeram uma retrospectiva, através de suas comunicações, sobre a emissora pioneira do rádio brasileiro, a Clube AM de São Manuel.


Arlindo foi nosso radioamador Classe A, responsável por alguns anos pela RPT Princesinha da Sorocabana, desde o início até o ano 2014.


Devemos homenagear sempre pessoas como Arlindo, este brilhante abnegado que muito tem colaborado para com nosso hobby.


Forte 73 Arlindo !


Abaixo Arlindo ladeado de Duran e Silvio Mazetto.




*Parte do texto foi extraido da entrevista de Arlindo ao Jornal O Debate


 
 
 

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Destaques

 

Frequências de 145.250 Mhz - 600  e 147.150 Mhz + 600  Subtom 88,5 Hz -   ANATEL -  PY2KGL e PY2KDM  

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